segunda-feira, 13 de junho de 2011

ESCÂNDALO NO SUS – 35 políticos do Maranhão envolvidos na farra de corrupção

Desvio e má aplicação de recursos do Governo Federal, fraudes em licitação, despesas não comprovadas e contratos irregulares colocaram o Maranhão entre os estados mais pobres e corruptos do Brasil. No Sistema Único de Saúde (SUS), que deveria assegurar o pleno atendimento médico-hospitalar à população, os desvios somam R$ 75,4 milhões.

O SUS transformou-se no tesouro mais nobre e vulnerável do orçamento público brasileiro. Os recursos bilionários são desviados através de hospitais, clínicas credenciadas e unidades de saúde.

Dados apurados pela equipe de reportagem do Portal O Quarto Poder, junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, mostram que pelo menos 35 políticos do Maranhão (27 prefeitos, 5 deputados e 3 vereadores) estariam recebendo repasse do SUS de maneira ilegal.

Cabe à Justiça Federal processar e julgar os acusados de crimes relacionados a verbas do Sistema Único de Saúde (SUS), já que o uso desses recursos é fiscalizado por órgão federal. (fonte: Jornal 4º PODER)

EM 05 LUGARES AO MESMO TEMPO.
O ginecologista Gildasio Chaves Ribeiro, que foi prefeito de Fortaleza dos Nogueiras e conseguiu eleger a mulher Adriana Luriko Kamada Ribeiro(PV), prefeita de Amarante do Maranhão, só cumpriria a carga horária se fosse onipresente. Ele tem 05 vínculos, dos quais 03 seriam com o SUS em cidades de Imperatriz e Fortaleza dos Nougueiras. Assim, sua carga de trabalho semanal chegaria a 78 horas diárias, sete dias por semana.
Gildasio não é o único a receber de maneira suspeita pelo Sistema Nacional de Estabelecimento de Saúde. Na mesma situação está o prefeito Edmar Alves de Oliveira (PDT), de Riachão. Ele aparece ‘prestando serviço’ em 04 estabelecimentos de saúde, sendo que um deles fica na cidade de Balsas.

PREFEITO-MÉDICO QUE TRABALHA EM MATINHA E SÃO LUÍS.
A 242 km de São Luís, no município de Matinha, o prefeito Emanoel Rodrigues Travassos (PV), formado em medicina, com especialização em Cirurgia Geral, deveria atender 20 horas por semana, no hospital Santa Casa, do Governo do Estado, mas faz um bom tempo que o médico não dá expediente no local. Para o Governo Federal, ele também atende 20 horas por semana, no Hospital da Mulher, em São Luís, como cirurgião, além de 40 horas semanais, no hospital Tarquínio Lopes Filho.
Os três cadastros no SUS foram atualizados no dia 18 de maio deste ano. Enquanto isso, os recursos continuam sendo enviados. Tentamos fazer contato por telefone com o médico-prefeito, mas não conseguimos localizá-lo.

VEREADOR DO PC DO B PRECISA SE DIVIDIR EM DOIS.
O caso mais intrigante está acontecendo na Câmara de São Luís. O vereador Fernando Lima (PCdoB), teria que estar na Santa Casa, no Hospital Universitário e na Clínica Procardio ao mesmo tempo, para cumprir a carga horária de 26 horas semanais, nos três estabelecimentos de saúde.
Ele não está sozinho nessa ilegalidade, além do comunista, dois colegas de Parlamento Ludovicence estariam, também, recebendo verba ilegalmente do SUS. É o caso do vereador Sebastião Albuquerque (DEM), que precisa de 34 horas por semana para poder cumprir a carga horária na Santa Casa. Além de Fernando Lima e Sebastião Albuquerque, o vereador Gutemberg Araujo, que se licenciou do cargo para assumir a Secretaria de Saúde, também aparece no cadastro irregularmente. Entretanto, Gutemberg, em nota encaminhada a nossa redação, informou que já foram encaminhados expedientes ao Hospital Universitário e ao Hospital Carlos Macieira para que o seu nome seja retirado do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (DATASUS) do Ministério da Saúde.

HOSPITAL DE ICATÚ COM MÉDICO FANTASM.
Quem precisa de atendimento no povoado Jussatuba, em Icatu, tem que recorrer a Unidade Básica de Saúde de Jussatuba PSFSB. Mas, na maioria dos casos os pacientes recebem passagens de vereadores da região para usarem o ônibus da empresa Cisne Branco, para tentarem conseguir atendimento em São Luís. Os motivos: falta de médicos para atender a população. A reportagem realizou uma busca junto ao banco de dados do Datasus e constatou que a Unidade de Saúde funciona com 17 profissionais, destes, apenas 02 são médicos.
O QUARTO PODER foi até o povoado Jussatuba para conversar com os médicos, mas para nossa surpresa, um morador que pediu para não ter a identidade revelada, afirmou que se tratava de mais um caso de “médico-fanstama”. No local fomos informados que os médicos já não trabalhavam mais no Unidade de Saúde.

MENTIRA NOS CADASTROS DE NORTE A SUL DO ESTADO.
O levantamento de O Quarto Poder encontrou números fictícios em todo parte do Estado. Números falsos, Leitos de UTI invisíveis, profissionais cadastrados com especialidades em que não tem nenhum conhecimento. Essa é a estratégia usada por alguns agentes públicos para receberem todo recurso que vem do Ministério da Saúde.
Na Raposa, a última atualização junto ao Ministério foi no dia 22 de maio deste ano. Existem mais de 100 médicos que atendem no município, tudo ilusão.
Um dos médicos que geralmente fica no plantão possui outros seis vínculos empregatícios e deveria cumprir uma carga horária de 120 horas por semana, segundo os dados do SUS. Além do Centro Integrado Medico e Odontológico de Raposa (Cimor), ele possui vínculos com a Prefeitura de Bacabeira; com a Prefeitura de Barreirinhas; Unidade Básica de Saúde Santo Antonio, ligada à Prefeitura de Bequimão e Multiclinicas Assistência Medica Cirúrgica e Hospitalar LTDA. A mesma situação se repete com outros profissionais.

fonte: Jornal 4º PODER



terça-feira, 7 de junho de 2011

Espera por leitos nos hospitais de Uberaba é de no MÍNIMO 48 horas.

Frequentemente a redação do Jornal da Manhã recebe ligações de famílias com dificuldades para conseguir internação em hospitais da cidade. 

Na última semana, Valdivino Sebastião Feliz, 78 anos, chegou à UPA Abadia sábado, às 3h30. Ele estava com hemorragia intestinal, dores no peito e cabeça. Para agravar a situação, a filha Gislei Félix afirma que ele já apresentava a saúde frágil. “Ele havia sido internado aqui na semana retrasada com problema no coração. Estava com o coração inchado e já fez um monte de pontes de safena.” O leito para cirurgia geral no Hospital de Clínicas saiu na quarta-feira, às 11h, mais de 100 horas depois. 

“Meu pai piorou, aí levaram para o Hospital Escola, e eles tiveram que internar assim mesmo.”
De acordo com dados da Gerência Regional de Saúde, diariamente são feitos 200 encaminhamentos deste tipo, e a média de espera é de 48 horas ou mais. Atualmente, o município possui 494 leitos, distribuídos em seis e hospitais. O Hospital de Clínicas da UFTM concentra 40% dessas vagas, com 296 leitos. No entanto, a demanda não é distribuída nessa mesma proporção, pois 90% dos pedidos são dirigidos ao HC, o único na região que atende casos de alta complexidade.

A diretora das Unidades de Pronto-Socorro, Geisa Perez Medina Gomide, afirma que o hospital está sempre lotado, o que os obriga a aceitar pacientes a mais. “Sempre aceitamos mais que isso, a gente aceita pacientes incluindo as macas do corredor.”
O direcionamento é feito por meio da Central de Regulação de Leitos. O coordenador deste setor na Gerência Regional de Saúde, José Natal França, explica que o processo é feito com base no Sistema SUS Fácil, um software de regulação assistencial feito para agilizar a troca de informações entre as unidades que prestam serviços de saúde. “O usuário dá entrada em uma unidade de saúde em Uberaba ou fora. Se o médico chega à conclusão que é necessária uma internação hospitalar, ele faz a solicitação e o operador coloca no Sistema SUS Fácil.” Uma vez no sistema, as informações chegam à Central de Regulação, e, segundo o coordenador, um médico de plantão analisa o pedido. Se ele entender que o paciente realmente precisa de internação, é feito o encaminhamento de acordo com a disponibilidade e a categoria de atendimento que a instituição oferece.
Na outra ponta, quando essas informações chegam ao hospital, Geisa afirma que os pacientes são recebidos conforme a clínica a que se destinam. Cada uma tem um número específico de vagas, mas, como a demanda nem sempre corresponde à quantidade disponível nas especialidades, é preciso um remanejamento. “Às vezes os clínicos estão com muitos pacientes, mas os cirurgiões não estão, então eles vão ter que aceitar da outra área. Depende de onde tem a vaga.” Outro fator a entrar no cálculo é a complexidade do caso. “Depende da gravidade também, não adianta ter um caso grave de cirurgia e não poder fazer. Às vezes um médico da UPA reclama que nós aceitamos um caso de problema cardíaco mais simples do que outro grave. Só que esse mais simples eu posso pôr na maca no corredor. Eu não posso aceitar um paciente que estão pedindo vaga de CTI se não tem, isso é irresponsabilidade.”

Outra situação que contribui para a redução na oferta de leito são os casos mais simples que vêm de outras cidades. “Há cidades da região que não atendem nem média complexidade, e as UPAs não têm que prestar esse atendimento a quem é de fora. Muitos são atendidos no pronto-socorro e já são liberados. Esse caso que a gente queria diminuir. Aquele que não precisa vir, um problema que poderia ser resolvido na sua origem.” Ao todo são 27 municípios da região que compartilham o serviço, o equivalente a 600 mil pessoas.  A média de internações no local é de 800 pessoas por mês.
fonte: Jornal da Manha.

Vaga zero obriga hospitais a receber pacientes mesmo sem ter condições.

De acordo com a Portaria 2.048/2002, do Ministério da Saúde, ficou instituído que o médico regulador deve decidir o destino hospitalar para garantir o atendimento nas situações de urgência, mesmo em momentos em que inexistam leitos vagos, é a chamada vaga zero. Situação que obriga os hospitais a receber pacientes mesmo sem ter condições.  A diretora das Unidades de Pronto-Socorro, Geisa Perez, afirma que essa situação é muito frequente. “Tem dia que há oito vagas zero; tem dia que há dez. Todo dia tem vaga zero.”  

O procedimento é comum em relação a pessoas que vêm de cidades menores. A situação sufoca mais ainda o sistema hospitalar, e, para Geisa, seria preciso uma melhor regulação para amenizar o problema. “Eu não posso, na lei, aceitar um paciente para CTI se eu não tenho a vaga. Aí trazem na vaga zero. Eles interpretam que se o paciente ficar na cidade menor, ele vai morrer. Então, é melhor ele vir para o pronto-socorro e ficar em uma maca. Aí acontecem os abusos, às vezes o médico não tem mais recursos na cidade para um paciente terminal, mas não há em lugar algum. Ele manda para cá e nós não podemos negar o atendimento, que isso é crime.”

Hospital Regional. A inauguração do Hospital Regional deve contribuir para atenuar a situação no que se refere à média complexidade. A abertura parcial está prevista para julho de 2012. O local deve contar com 160 leitos, sendo 20 de UTI, 121 de enfermaria e 19 de outras categorias. A unidade ainda poderá ser ampliada para 272 leitos, sendo 30 leitos de UTI e 242 de enfermaria, com a construção de um nível superior, já previsto na estrutura do prédio.
fonte: Folha da manha.

SUS Fácil: Recém-nascido morre à espera de vaga para cirurgia.

De acordo com a promotora de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público Estadual em Uberaba, Cláudia Marques, bebê recém-nascido morreu no dia 30 de maio enquanto aguardava no Hospital de Clínicas (HC) da UFTM vaga para cirurgia cardíaca para correção de deficiência congênita. Este é apenas um dos processos de pedido de leito no órgão. 

A promotora afirma que nos últimos meses cresceu o número de processos desse tipo em Uberaba. “São geralmente casos de paciente que vai ao posto de saúde ou na UPA e é constatada a situação de urgência ou emergência, e ele fica internado, até uma semana, aguardando leito em hospitais de média e alta complexidade, e há aqueles que não conseguem leito”.

Em casos como estes, em que há demora na oferta de leitos, a primeira situação verificada pelo Ministério Público é se o paciente está inscrito no sistema regulador, o SUS Fácil. “Verificando o nome na lista de espera, mandamos um ofício ao coordenador da Central de Regulação na Gerência Regional de Saúde (GRS), requisitando que ele consiga a vaga mesmo que tenha que comprá-la, inclusive na rede particular. No caso de não existir vaga pelo SUS, o regulador tem autoridade para isso”, esclarece. E quem paga é a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
O bebê nasceu em São Gotardo, dia 13 de maio, e veio a Uberaba, no dia 17, para cirurgia cardíaca. Segundo o coordenador da Central de Regulação de Leitos da GRS Uberaba, José Natal, como não havia vaga cirúrgica no Hospital de Clínicas da UFTM, a criança ficou internada no CTI Neonatal, e seu nome foi incluído no SUS Fácil estadual no dia 20. Ele afirma ter procurado vaga em Uberlândia, Patos de Minas e Belo Horizonte, sem sucesso nos três dias seguintes. “O bebê começou a apresentar infecções e não foi possível fazer a transferência nem se conseguíssemos vaga em Belo Horizonte. Como não temos acesso ao Estado de São Paulo pelo SUS Fácil, permanecemos fazendo a pesquisa em dois hospitais da capital. Mas o próprio HC tem contato com hospitais de São Paulo, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. Quase acertamos, mas não conseguimos”, frisa Natal.
Dia 27, a promotora impetrou mandado de segurança de 24 horas para providências, mas Natal afirma que não havia condições clínicas. “Além da assistência total no CTI, estávamos acertando a transferência da menina para a segunda-feira (dia 30 de maio), provavelmente para Belo Horizonte ou Ribeirão Preto, mas ela veio a falecer à 1h30 da manhã de domingo para segunda.”

fonte: Jornal da Manhã.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Novo Hospital Universitário da UNIUBE 
vai abrir 100 vagas para o SUS

Construção do Hospital Universitário vai abrir 150 novos leitos, sendo 100 deles destinados ao Sistema Único de Saúde. Esta afirmação é da diretora de Serviços de Saúde da Universidade de Uberaba, Denise Dias Monteiro. O complexo hospitalar, que prevê atendimentos de média e alguns de alta complexidade, está sendo erguido em área de 15 mil m², em frente do aeroporto de Uberaba, e tem previsão de ficar pronto no fim de 2012. “Nem sempre adianta ter mais leitos, é preciso ter recursos para mantê-los funcionando. Estamos construindo o novo hospital, que terá 150 leitos, mas já pensamos em criar condições para sustentá-lo. Continuaremos atendendo ao SUS, mas haverá área civil para dar suporte a atendimentos com outros serviços”, destaca. A definição de quais procedimentos serão realizados está sendo negociada com a Secretaria Municipal de Saúde. Serão 100 leitos para o SUS e 50 Civil, sendo sete vagas para UTI Neonatal e quatro adulto, além de serviço de hemodiálise.
O atual Hospital Universitário, mantido com 60% de verbas do Estado e 40% da mantenedora Universidade de Uberaba, possui hoje cinco leitos de UTI, 13 leitos cirúrgicos e 25 para clínica médica, sendo 45 no total. “Além disso, o HU trabalha com atendimento ambulatorial com três mil consultas em 32 especialidades, o que gera demanda de internação para cirurgias no hospital, ou por procura espontânea ou encaminhamento da rede. Sem esse complemento, certamente passaríamos necessidade como outros hospitais da cidade”, explica.
O Hospital realiza internações de cirurgias eletivas, necessidades de pacientes que dão entrada pelo ambulatório, e dos encaminhados via SUS Fácil, sistema que regula Uberaba e os municípios vizinhos. “Identificada a necessidade de internação, o Hospital recebe uma notificação, que já passou pela triagem inicial, e avaliamos se temos suporte para atender o paciente e se temos leitos. Oferecemos especialistas em ginecologia, pneumologia, cirurgia vascular e geral, urologia e ortopedia, entre outros.” Quando não há suporte por ser atendimento de alta complexidade, o paciente é transferido para o Hospital de Clínicas da UFTM.

Carência. Para a diretora, nos últimos 10 anos Uberaba perdeu leitos do SUS porque hospitais fecharam ou passaram a atender particulares, o que gerou a falta de vagas verificada atualmente em Uberaba. “O fato é que o problema não está apenas na falta de verbas repassadas precariamente pelo SUS, hoje enfrentamos a crescente carência de profissionais médicos, especialistas e enfermeiros, basta ver a falta de pediatras na cidade”, completa Denise.
fonte: Jornal da Manha